Neste artigo iremos refletir o ciclo de política monetária atual do banco central europeu e como ele usa as suas ferramentas. Observaremos algumas expectativas que o mercado tem para a próxima decisão de taxa de juros.
Entendendo e observando as ferramentas do BCE:
Observamos que a partir do mês de julho de 2022 o BCE começou a subir a sua taxa de juros. Vale ressaltar que (1) foi o primeiro aumento da taxa desde a crise financeira há mais de dez anos, (2) foi a primeira vez em mais de 20 anos que as taxas foram elevadas em até 50 pontos- base (a última vez foi em 9 de junho de 2000). “EURO AREA INTEREST RATE” (Exibição 1). Essa magnitude de aumento das taxas é uma resposta em relação à inflação do bloco que atinge uma máxima dos últimos 50 anos na região e máxima histórica desde o surgimento da União Europeia. (Exibição 2)
Com o objetivo de desestimular a economia o GC “Governing Council” aumenta os custos do crédito, o efeito colateral é um crescimento menor para o bloco, as probabilidades de recessão sobem com as ferramentas contracionistas sendo ativadas.
O mercado fica de olho em como o BCE utilizara a nova ferramenta o TPI (Transmission Protection Instrument, instrumento de proteção de transmissão) que permite a compra de títulos do setor público. Esse instrumento pode ser benéfico para alguns países do bloco que estão com sua relação dívida/PIB elevada. Ainda existem controvérsias de como a ferramenta será implementada.
No que o mercado está de olho:
Monitorado e precificado diariamente são os próximos passos que o BCE vai dar com o ciclo de elevação das taxas de juros. Participantes do mercado apostam em uma alta entre 0,50 a 0,75 pontos base para o encontro no final de outubro. Conforme o QT (Quantitative Tightening, aperto quantitativo) e aumento das taxas acontece o mercado ajusta o valuation desses ativos. Podem ser observamos movimentos nos mercados de FX” cambio” no gráfico de EUR/USD (Exibição 3) como o da última decisão em setembro onde foi elevado em 0,75 pontos base trazendo a taxa para 1,25 %, movimentos em ativos como os títulos soberanos e ações também podem ser vistos.